top of page

Vida Sem Aprendizado

  • Foto do escritor: Eduardo Worschech
    Eduardo Worschech
  • 6 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

 

Troca de roupas e toma um banho, depois acorda e anoitece.

 

Os meios de locomoção podem ser os mais variados. Uns preferem ir pelos sonhos, outros costuram conjuntamente as suas condições mais elementares, e por fim definidoras; e ainda há o caso entre múltiplos que a vacância toma forma de um modo de subviver.


Não estar onde se deveria estar, talvez não seja de fato uma escolha, mas uma condição; seja ela herdada ou produzida pelas adversidades do fluxo da vida.


Nada comparado com um transporte seguro, que interliga um ponto ao outro, mas uma trajetória longa e exaustiva, para alguns. Não poderíamos afirmar o seu contrário, isto é, que uma trajetória curta e satisfatória fosse seu oposto, nem elencarmos em um grande arquivo os formatos, caminhos e uma cartografia a priori; mapas são sempre traçados num decorrer de uma viagem, mas as condições para que esta jornada seja feita contará no próprio manejo e articulação das várias rotas imaginárias.


As referências são as mais variadas, e as situações poderiam se estender ao infinito, pois os desalentos tem em si uma taxa de proliferação que não se pode medir, dada sua complexidade hipnótica.


Quando tratamos da temática das consternações, promulgamos para nós mesmos uma artificial externalidade, num olhar desconfiado sempre para fora, num círculo que não tangência nossa própria vida. Engano que nos coloca na posição de frágil dependência dos outros e de nós mesmos enquanto sobreviventes de uma cegueira não diagnóstica.  


A régua comparativa de uma vida não vívida se travesti com sua pior roupa, composta por trapos costurados, esquálido e encardido; enxovalhando a todo o lugar que caminha, não deixando que nada possa ser recuperado, stricto sensu.


Um desejo confesso pelo pouco, desconfiança do sofisticado e complexo, patologia cognitiva deformativa; nem livros de celulose, nem de vida, abre-se os olhos de manhã e fecha-os a noite, dinâmica motora, não existencial.


Uma conformidade preenche o hiato deixado que se alastrou por uma geração: não começa-se nada, pois não se termina. O colecionismo, um relés apego material e uma abnegação falsa; conclusão sem início, pois não houve um meio de transição.


Que importa a pressão ou o batimento, transitar globular em vias de desaparecer; coagulação com infartos a completar, estiquemos as pernas a espera dos braços cruzar.


Uma inadvertida sensação de que o tempo ensina e que é possível transformar; fatal imbróglio. Castigo recebido e assumido na sua mais pura versão, prazer que se alastra até que ao pó se chegue e nele permanece, sem redenção.


Toda esta jornada sem eira tem levado a muitos a beira, ao não desconfiado desalento pessoal e confirmado sua teimosia. Grande dia foi aquele em que se reuniam, teimosias variadas e uma certeza; não em si, mas fora deste circuito, não admissível, nem acessível.


Por hora seria ótimo que o grande tornasse segundo e que os anos pudessem ser contados como dia; tantos desesperos redimidos. Sem imaginar, pois de imaginar cria-se monstros.


Constatar talvez tenha mais prudência se não passar pelo parâmetro do único, o que seria menos fácil que um jogo de dados com apenas dois números; mas passemos ao soliloquio.


Caminhei por tantos anos que não cheguei a lugar que fosse distante de mim nem por um instante. Nem sequer tentei desaproximar, pois o apego por mim era o suficiente para que eu pudesse sucumbir por mim mesmo; grandeza interior, tumor.

Desordenado apenas um órgão, pois todo o íntegro balanço manteve-se no mais límpido rebaixo. Que satisfação fraternal por estar embaixo, debaixo, orgulho pela manutenção de um arbítrio supostamente livre.


Se um tudo desmoronar, agarro a ti para junto cair, pois nada que acima posso ficar, deverá estar. Nunca poderei aceitar que enrolando-se um novela ganha porte; pois da linha cuido eu, e aí de ti que quiser passa-la por quaisquer mecanismo que a engrosse, de corpo assim não se constituirá, obrigação do rasteiro é aquilo que apenas terá.


Insistência voraz naquilo ali, de acolá nem de lá viverá; se estabelecer no aqui e desaforar  tudo o que vem aí.

Desafortunado estado de transição, em que passa um bastão sem revezamento aparente, apenas continuação. Mas nunca termina-se está corrida, pois não há quaisquer pretensão ou alusão a um final; feliz ou de ficção.


Conquiste assim por um esforço, uma batalha consigo mesmo; guerreie contra si e verás que irás ganhar.

 

 

 

Comments


Green Juices

Filosofia, Educação, Arte e Ciência

Eduardo Worschech

Inscreva-se para Filosofia e Educação

Thanks for submitting!

  • Twitter
  • Facebook
  • Linkedin

© 2022 by Worschech. Proudly created with Wix.com

bottom of page